30 de junho de 2014

Dicas de roteiro na Itália



Fiquei algum tempo sem escrever nenhum post. É que saiu a minha viagem! Foram no total 29 dias viajando, incluindo o dia da ida e da volta. Fora os dias que antecedem e sucedem nos quais estamos na correria, organizando as diversas outras coisas que temos de fazer antes e depois de viajar por tanto tempo.



Tanta coisa pra falar... O importante é que a viagem foi ótima, com pequenos perrengues (esperados, pois, afinal, é uma viagem - e qual a que não tem?), mas tão poucos e não importantes que eu considerei um grande sucesso! Ficou um gostinho de querer viajar mais e mais e definitivamente de voltar à Itália.

A ideia inicial, viajando por tanto tempo para um só país, era de explora-lo quase inteiro e só revê-lo muitos anos depois e aquilo que a gente mais gostou. Pois é, imagino que vc já sabe o que vai dizer: não é possível esgotar um país como a Itália mesmo com todo esse tempo. Pois bem, não deu mesmo, vc está corretíssimo! Logo no começo do planejamento, decidindo quanto tempo ficar em cada cidade, já deu pra ver que muitas cidades não seriam possíveis nem serem vistas.

Começo, então, a série de posts sobre a Itália pós-viagem com o roteiro, como foi defini-lo e o que eu mudaria.


É muita emoção ver um monumento tão icônico quanto a Torre de Pisa cara a cara!



Vc já sabe que o intuito era esgotar a Itália. É importante vc saber que eu sou do tipo slow travel. É claro, quero carimbar meu passaporte com o maior número de países possíveis, mas eu priorizo a qualidade em relação à quantidade e queria que o tempo dedicado às cidades fosse suficiente pra ver o que eu considerava importante de ver nela. Não queria separar um tempo - como dois dias pra Roma - que eu saberia que teria de voltar de qualquer maneira por não ver coisas que eu considero básico de Roma. Essa separação do que é básico de uma cidade pra cada um é muito pessoal e demanda pesquisa prévia.

Com isso em mente, organizei nosso roteiro na Itália, de 27 dias efetivos, dessa maneira:
- Roma: 6 noites
- Nápoles: 1 noite (pra fazer base para Pompeia)
- Sorrento: 3 noites (base para a costa amalfitana e Capri)
- Siena: 7 noites (base para parte da Toscana e Úmbria)
- Florença: 3 noites (além de Florença, usaríamos como base para Pisa/Lucca  em um dos dias)
- La Spezia: 2 noites
- Veneza: 3 noites.

O período escolhido foi a primavera, na última semana de maio e as 3 primeiras de junho. Tínhamos a vantagem de não ter filhos e, por isso, não precisar viajar no período de férias escolares, mais caro. A escolha desse período é fácil de encontrar: todo site que informa sobre o assunto fala que a primavera e outono são os melhores períodos, pois o inverno é muito frio e alguns locais fecham, principalmente os da costa (no nosso caso, atrapalharia a amalfitana e a da Ligúria), e o verão é quente demais, chegando a incomodar, além de ser tudo mais caro e mais cheio. A primavera foi escolhida porque choveria menos do que o outono.

Pois bem: esse período que nós fomos foi bastante quente, chegou a fazer 36º em Florença. Segundo uma funcionária da Embaixada Brasileira, em Roma, que visitamos (depois conto essa história), estava mais quente do que o habitual. Não chegou a incomodar muito, mas eu ficaria feliz com temperaturas mais amenas, especialmente porque muitos passeios são debaixo do sol: Fórum Romano e Imperial, Coliseu, costa amalfitana, Toscana rural... Sugeriria, por exemplo, concentrar o grosso das férias em maio  por esse motivo. Dava pra usar calça e tênis (embora teve dia que não foi tolerável), mas a vontade era só usar shorts, regatas e sandálias (vou falar mais sobre isso em um outro post). Por outro lado, foi um período ótimo pra experimentar diversos sabores de sorvete. Não choveu nenhum dia. Foi cheio, mas eu acredito que lugares como a Itália são cheios o ano inteiro, com pioras em certos momentos do ano. De novo, acho que maio talvez fosse menos cheio, mas o cheio que pegamos, de junho, também foi tolerável. Preços não tenho como compara-los, mas, apesar da necessária conversão do R$ para o euro, dava pra viajar de forma econômica, como foi o nosso caso. Esse período também rendeu fotos belíssimas, por causa do ensolarado. Enfim, só reforço a recomendação de viajar nesse período : )


Capri: o sol tornou o azul ainda mais bonito.


Sobre o roteiro, ele não foi perfeito. Antes mesmo de viajar eu vi que tinha feito uma burrada. É que os dias em que passaríamos em Siena seria um dia para esta cidade e os demais para a região do Chianti (1 dia), de Val d´Orcia (1 dia), Val d´Elsa (1 dia), Assis e Perugia (1 dia) e Orvieto e Civita de Bagnoregio (1 dia), essas duas na Úmbria. Depois de já definir a hospedagem é que vi que ficava mais fácil ir de Roma a Orvieto (1h de trem direto) do que de Siena a Orvieto (2h com baldeação, sendo que a estação de trem em Siena nem central é). Não quis mudar porque pagaria um valor pra modificar as duas hospedagens nem quis deixar um dia a menos em Roma e escolher outras cidades toscanas pra ver, achei que já estava de bom tamanho. Então, se vc for organizar uma viagem pra Orvieto, escolha ir por Roma, eu fiz essa bobagem por não ter nem contemplado a possibilidade, foi erro besta mesmo.

Pra Roma eu deixaria pelo menos um dia a mais, mas daria pra deixar dois dias que seria ainda melhor. Não sei, porém, de onde tiraria desse roteiro. Depois eu falo sobre Roma e vc pode definir mais ou menos dias com base no que deu e não deu pra fazer nesses dias.

Pra Florença eu também deixaria mais um dia. Eu acho que Florença foi prejudicada um tantinho nesse meu roteiro. É que a gente saiu de Siena de manhã cedo, chegamos às 10h, mas até chegar no hotel etc, deu pra aproveitar a tarde, noite e finalzinho da manhã, não foi um dia inteiro. Da mesma forma, no dia de ir embora, a gente ficaria o dia todo lá e sairia pra dormir em La Spezia pra poder sair cedo pras Cinque Terre. Só que são 2h de viagem, a gente não queria chegar à noite e aí pegamos o trem às 17h, mas tem de pegar as malas antes... ou seja, também foi pouco mais de meio dia. Por fim, um dos dias era pra gente ir pra Pisa de manhã e Lucca à tarde. Como foi pouco tempo pra Florença, resolvemos cortar Lucca (essa é uma cidadezinha medieval murada e tínhamos visto várias na Toscana rural, saindo de Siena), mas quisemos ir à Pisa (o que foi ótimo, não nos arrependemos), mas aí também foi só meio dia para Florença. Ou seja, apesar de 3 noites em Florença, ela teve 1 dia inteiro e 3 dias parciais.

Pra Veneza, não deu pra ver tudo, mas eu fiquei satisfeita, não colocaria mais dias. Muito da magia de Veneza é a própria cidade. Os lugares pra ver, que são diversas igrejas e muitos prédios importantes, são pra ser vistos pela escola veneziana. Pois bem, toda igreja que vc vai e todo prédio importante é cheio de Tintoretto, Ticiano, Veroneses... Digamos que teria sido bom ver mais mas o que deu pra ver nesse período foi bom.

Pra Cinque Terre, costa amalfitana e Capri, foi suficiente. Quero dizer, não deu pra ver tudo, mas satisfez.

Por fim, deu vontade de ter incluído Nápoles. Eu vi que muita gente reclamava de Nápoles e não sugeria pra viajar. Dormimos lá apenas porque queríamos uma base para Pompeia e Herculano e pensamos que o dia depois, que foi meio curinga, era o de transporte entre Nápoles e Sorrento, podia ser usado tanto para Nápoles como para a costa amalfitana. Usamos para Nápoles e foi ótimo, mas ficou a vontade de quero mais, porque só deu pra passar em frente de alguns lugares e conhecer algumas igrejas.

Depois eu falo do roteiro de cada um de forma mais específica pra ajudar vc a organizar o seu roteiro conforme os nossos erros e nossos acertos.

Infelizmente não deu pra conhecer nem o norte nem o sul da Itália. A minha esperança é juntar o norte com a Suíça porque ainda quero conhecer Pádua, Verona, Milão e o lago de Como. Queria muito ter juntado essas cidades nesse roteiro, mas se assim o fosse eu teria de sacrificar alguma outra coisa. Quanto à Sicília e o sul da Itália, talvez por serem mais desconhecidos, eu não tenho tanta vontade assim de conhecer, quero dizer, ter eu tenho, mas a prioridade é bem menor em relação a tantos outros lugares. Ainda mais que tem muita praia lá e, praia por praia, tantas são legais. Já o resto da história e da arte é único, não é?

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