25 de fevereiro de 2014

Como montar um roteiro para Foz do Iguaçu


Cataratas do Iguaçu: vista do lado brasileiro.

Por que ir para Foz:
- porque tem as Cataratas do Iguaçu, claro! As Cataratas:
     - têm 275 cachoeiras;
     - figuram entre as 3 maiores do mundo, junto com Niágara (Canadá e EUA) e Vitória (Zâmbia e Zimbabwe);
     - são Patrimônio da Humanidade;
     - são uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo.
- para visitar 3 cidades, ou melhor, 3 países de uma vez só! Ciudad del Este (não confunda com Punta del Este) está do outro lado da Ponte da Amizade e Puerto Iguazu fica a 11km de Foz;
- para ganhar dois carimbos no passaporte em uma mesma viagem (se não quiser, pode ir só com RG, como permite o acordo entre os países do Mercosul - não pode outro documento que substitui o RG  no Brasil);
- para comprar muamba no Paraguai (experiência de vida!);
- para conhecer a maior usina hidrelétrica geradora de energia do mundo!


Assim, se vc se decidiu ir pra Foz, deve estar se perguntando como montar o seu roteiro por lá. Pois bem, vamos ver se eu consigo ajuda-lo a fazer isso.
Mapa de Foz

Começo apresentando um mapa simplificado de Foz, dado pelo hotel onde fiquei. Ele não é bem exato, come algumas quadras (por exemplo: entre a Rua Marechal Deodoro e a Av. Brasil tem mais algumas quadras e a distância do centro até o Terminal e, principalmente, a Ponte da Amizade, é um pouco maior do que parece pelo mapa.


Mapa simplificado de Foz do Iguaçu.


Parque Nacional Cataratas do Iguaçu

É o parque que tem as cataratas do lado brasileiro. Tem menos cachoeiras e não tem a vista mais bonita de todas do meu ponto de vista, que é a que fica de frente para a Garganta do Diabo, no lado argentino. Ele, no entanto, é lindo do mesmo jeito, vale a visita e mostra outros ângulos das cataratas. O passeio é mais fácil de fazer para quem tem dificuldades de locomoção, com menos degraus e pedras molhadas. Além do passeio às cataratas, existe a possibilidade também de participar em passeios à parte, como rapel, rafting, uma combinação de caminhada na mata com canoagem... O parque somente dá pra fazer em meio período, mas, se for fazer um dos passeios à parte, pode durar fácil o dia todo. É combinável com o Parque das Aves, que fica ao lado. Reserve um dia para esse passeio.

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Parque Nacional Iguazu


Cataratas do Iguazu: vista do lado argentino.

É o parque que fica do lado argentino. Tem um grau de dificuldade maior do que o parque brasileiro, oferecendo também passeios à parte. Para se chegar a ele, deve-se primeiro dirigir para Puerto Iguazu e depois ao parque. Toma fácil o dia inteiro e tem a promoção de ser 50% menor o valor da entrada para o dia seguinte, às vezes pode ser necessário. Reserve um dia pelo menos para esse passeio.

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Usina Hidrelétrica de Itaipu


Foto de painel em Itaipu.

Eu não curto muito as obras de engenharia, sou mais ecoturismo e destinos históricos, mas, considerando que Itaipu é a maior usina geradora de energia do mundo, fazendo parte das 7 Maravilhas do Mundo Moderno, acho que merece uma visita. Acredito que é a que merece menos prioridade e a primeira a ser cortada em caso de tempo escasso, mas isso varia do gosto de cada um e acredito que o pessoal das exatas pode prioriza-la mais do que eu. A usina oferece diversos tipos de passeio e dá pra fazer em metade do dia ou dia inteiro (cada passeio dura de 2h a 2:30h, tem horário certo pra começar, a oferta não é muito grande e ainda tem o intervalo do almoço; isso dificulta juntar tudo numa manhã ou tarde só, além de ficar meio pesado). Reserve um dia pra fazer esse passeio, mas vc pode juntar com outros.

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Compras no Paraguai



Sinceramente não tinha a menor vontade de ir, imaginava aquela confusão de gente indo e voltando, os perrengues, o fato de não querer comprar nada em particular, a qualidade dos produtos... Depois que comecei a encarar como uma experiência de vida que provavelmente não vai ter mais chance de se repetir (não que eu não topasse retornar a Foz, mas acho que, com outras oportunidades, preferirei lugares nunca dantes descobertos), animei-me e até encontrei produtos pelos quais procurar por lá. Pra geração que não conhece a fama do Paraguai, que realmente se apagou depois das frequentes viagens de brasileiros para Miami, talvez o apelo não exista muito (faço um paralelo com os produtos chineses atualmente) e talvez não valha à pena se não houver disposição, porque, afinal, pra quem viaja para os EUA com frequencia, o States é mais barato; a qualidade dos produtos paraguaios muitas vezes deixa a desejar; e que é cheio pra caramba como uma 25 de Março, ah isso é. A recomendação geral é ir bem cedo, por volta das 6:30h, e voltar antes das 14:30h, quando as lojas fecham; tudo para evitar o trânsito na Ponte da Amizade. Fui no período do Carnaval, quando não fecha, tendo atravessado a ponte por volta das 9h da manhã e retornado por volta das 16h; as lojas ainda estavam abertas e, apesar de um pouco "engarrafado", não foi necessário parar (isso a pé). Dá pra fazer em uma manhã que vai até o começo da tarde, mas, acredite, vc vai se cansar pra fazer outro programa, a não ser que seja a piscina do hotel, a cama, um restaurante à noite.

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Passeios Curingas

Marco das Três Fronteiras: na verdade são três marcos, um em cada país, identificado como um obelisco pintado com as cores nacionais.



Templo Budista: fica distante da cidade, do outro lado de Foz em relação ao Parque das Cataratas, mas próximo à usina de Itaipu, podendo ser conjugado com ela. O passeio dura até 1h, a entrada é gratuita e está aberto de terça-feira a domingo, das 9:30h às 17h.



Mesquita: Foz do Iguaçu abriga a maior comunidade muçulmana do Brasil. A mesquita de Foz é uma bela construção branca acessível ao público e sua estadia na cidade pode ser a oportunidade de conhecer um pouco mais de tão significativa religião. A entrada é sem custo. Fica na Rua Meca, 599, aberto de segunda a sábado, das 9-12h e das 14-18h.




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Duty Free em Puerto Iguazu: pra muitos compras podem ser um atrativo importante. Se for esse seu caso, passe no local quando for a Puerto Iguazu, seja na volta de um passeio ao parque ou na ida para um jantar na cidade, à noite.

Catamarã no Itaipu: dá pra fazer diversos passeios de catamarã no Itaipu.

Passeios Noturnos

Puerto Iguazu: a cidade é pequenininha, charmosa e com vários restaurantes com mais fama que os brasileiros; vá pelo menos uma vez. O problemão de se deslocar a Puerto Iguazu é o trânsito antes da Polícia Federal argentina, que entre 19 e 22h, foi bem intenso durante o carnaval (chegou a levar 1h o transporte até o Duty Free em percurso de 11km); segundo os taxistas, é comum inclusive fora de períodos de alta temporada, embora no Carnaval tenha piorado.

Cassino em Puerto Iguazu: há quem tenha apelo por esse tipo de diversão. Talvez valha à pena ir pra conhecer e, quem sabe, tentar a sorte em alguma maquininha.


Montando o Roteiro

A sugestão é priorizar os parques das cataratas, então, se tiver só um ou dois dias, escolha um deles ou os dois, sendo que é mais fácil o brasileiro por motivos óbvios. A depender de quanto tempo for gasto em cada parque, dá pra encaixar algum dos passeios curingas. Considere o Parque das Aves não um curinga, mas uma extensão do parque brasileiro.
Para roteiros de 3 a 4 dias, inclua a usina de Itaipu e as compras no Paraguai. Dá pra tentar juntar, mas fica um pouco pesado para um dia só, preferencialmente divida cada um pra um dia só pra ele e coloque passeios curingas pra complementar. Acho que, com mais de 4 dias, dá pra pensar em ir 2x ao parque argentino ou fazer os passeios de maneira mais completa; sinceramente acho desnecessário.
Porque acredito não valer à pena passar mais do que quatro dias inteiros em Foz, recomendo ir em feriado prolongado e usar suas férias, ainda que de uma semana, para outro passeio maior.
Para ir: não há períodos contra-indicados, com a ressalva de que no verão chove mais, mas as cataratas estão mais cheias, e no inverno sofre-se com os respingos de água no frio (mas vale mesmo pra quem quer fazer os passeios de barco que chegam pertinho das cataratas e molham todo mundo).

Minha Experiência

Fui no Carnaval de 2014. Apesar de ir no verão (e, portanto, em época de chuva), as Cataratas não estavam tão cheias. Acho que teria sido mais bonito mais cheio, mas é bonito e grandioso do jeito que encontrei (e que imagino seja no inverno, mais seco). Preferi deixar o Parque brasileiro pro fim da estadia, pois imaginei que iria ficar mais cheio no começo; realmente foi isso o que aconteceu, pelos relatos dos guias. Tirando os parques (o argentino também), o resto das atrações não fica tão cheia a ponto de incomodar. Em Foz tem bastante lugar pra comer, principalmente na Av. Marechal Deodoro próximo à Av. Jorge Schimmelpfeng e nesta também. Muitos restaurantes deixam pra abrir só à noite, quando os turistas voltam para a cidade. A comida é barata (pelo menos para os padrões paulistanos, farta e muito gostosa. Encontramos diversas opções, inclusive baiana e japonesa, para quem tem mais e menos para gastar. Eu gostaria de ter ido a Puerto Iguazu comer quase todos os dias, mas não foi uma opção viável pra nós por causa do transporte. Não, não foi pelo fato de irmos de ônibus, mas pela imensa fila que se formava na aduana, tenha sido por volta das 18h, como por volta das 22h.

A cidade é fácil de se locomover de transporte público (embora a qualidade não seja muito boa, como é o padrão brasileiro: demora um pouco pra chegar e é bem cheio) e de carro também. Nós utilizamos ônibus pra tudo, inclusive Paraguai e Argentina, só usando táxi no retorno da Argentina, quando não mais havia ônibus, e carro alugado no último dia (uma longa história que conto outro dia, mas eu queria aumentar minha experiência dirigindo e não propriamente fazer turismo em Foz dirigindo). Táxi de Puerto Iguazu para Foz custou-nos R$50,00 das duas vezes e do Duty Free para Puerto, R$20,00. Não usamos nenhum brasileiro assim como nenhuma van.

Ficamos no centro, que é bom pra quem usa transporte público. Se for esse o seu caso, sugiro um local próximo à Av. Jorge Schimmelpfeng ou Av. Juscelino Kubitschek, pois os ônibus que vc for usar passam por lá. Exceto se seu objetivo for só ir ao Paraguai, que aí talvez seja melhor ficar próximo da Ponte da Amizade. Para quem quer carro, a rodovia das Cataratas é uma opção, mas parecem ser mais caras. Puerto Iguazu foi bem recomendado, mas não tenho experiência pra poder falar. Só não foi minha opção porque achei que ia ficar longe da maioria das atrações.

O primeiro dia, domingo, foi no Parque argentino. Foi bem cheio, nem deu pra almoçar. Não queria voltar lá pra um segundo dia, mas quem tiver um pouco menos de pique (mais idosos, com crianças, dificuldade de locomoção...) talvez não consiga fazer tudo. No fim do dia aproveitamos para jantar em Puerto Iguazu. Infelizmente das duas vezes que lá passamos não conseguimos conhecer bem a cidade. A parte que conhecemos foi próxima ao Terminal Rodoviário e tem vários restaurantes legais lá perto. Não vi nenhuma casa de câmbio. Nosso relato mais completo vc vê aqui.

O segundo dia foi em Ciudad del Este para compras! Queríamos ter ido mais cedo por recomendação vista em um guia de viagem que nos assustou quanto ao trânsito para ir. Fomos por volta das 9h e foi tranquilo (a recomendação era que fôssemos às 6:30h!). Por esse guia as lojas fechariam por volta das 15h, mas não foi o caso. Às 16h ainda estavam abertas (a hora que fomos embora), mas nesse horário tinha um trânsito similar à vinda. Nosso relato das peculiaridades de comprar no Paraguai vc lê aqui. À noite fomos a Puerto Iguazu de novo com paradinha no Duty Free. O trânsito para ir estava espetacular. 1h levamos até o Duty Free. De lá, após termos chegado no último ônibus, fomos para Puerto de táxi. Dessa vez conhecemos uma outra parte de Puerto Iguazu, que era perto de uma feirinha que vendiam alfajores, único lugar onde os encontrei. Vendem também azeitonas. É bem simples o local, já havia visto referências a ele antes super positivas. Não é que tenha desgostado, mas achei que falavam mais do que era. Vale à pena ir porque em volta tem vários restaurantes legais. Por se pequena, acredito que essa região seja perto do Terminal Rodoviário, mas era noite e tinha chuva e, assim, não conseguimos explorar bem o local.

O terceiro dia foi o parque brasileiro. Estava cheio, mas não tivemos maiores problemas, mas, se estivesse mais... Ainda bem que o dia mais cheio havia sido o domingo. Como já era o terceiro dia, mais cansados por ir dormir tarde e acordar cedo e sabíamos que era mais tranquilo, fizemos o percurso curtindo mais. Isso significa que o passeio extra ficou pra tarde. Qual não foi a nossa surpresa ao saber que a Trilha do Poço Preto teria 4 a 5h de duração? Preferimos fazer a Trilha das Bananeiras, com 2 a 3h de duração. Assim, perdemos o Parque das Aves e deixamos pra fazer no último dia. Então, se vc pensa em fazer um passeio extra, convém ver mais rapidamente as cachoeiras, ou chegar mais cedo (acho que chegamos por volta das 9h) ou desistir do Parque das Aves (fecha a bilheteria às 17h). Veja o relato completo aqui.

No último dia, quarta-feira de cinzas, esperávamos um dia sem turistas. Não foi tão vazio assim. Fomos para Itaipu, onde queríamos fazero Refúgio Ecológico Bela Vista e a Visita Panorâmica. A previsão é que pegasse até metade da tarde se perdêssemos o primeiro horário. Nem precisava temer. Não tinha mais horário para o Refúgio Bela Vista, nenhum dos dois da manhã, já tinham reservado tudo! Fica a dica: se quiser ir muito pra um dos passeios, reserve antes mesmo que seja quarta-feira de cinzas. Depois fomos para o Templo Budista (fica perto de Itaipu), almoçamos, fomos para a Mesquita e depois Marco das Três Fronteiras. Por fim, fizemos o Parque das Aves. A escolha não foi aleatória: começamos do mais distante e fomos nos aproximando do último passeio, Parque das Aves, que era perto do aeroporto, de onde viajaríamos de volta para casa às 20:30h. O relato completo de Itaipu vc lê aqui, as atrações de Foz, aqui, e o Parque das Aves, aqui.

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